O autor Fábio Orneles é assessor da Atrio Investimentos (crédito: divulgação) |
Por que essa sigla ganhou tanta notoriedade no mercado de capitais?
Para responder essa pergunta, precisamos entender melhor os diferenciais das empresas focadas em boas práticas de sustentabilidade. Sabemos que ESG significa Environmental, Social and Corporate Governance (Ambiental, social e governança corporativa), mas o que isso muda para as organizações na prática?
O primeiro critério que vamos abordar é o ambiental, além de considerar a responsabilidade das empresas em relação aos recursos naturais e o meio ambiente, leva em consideração a eficiência em suas operações. Por exemplo, um processo produtivo que consegue qualificar e reciclar os resíduos gerados, não somente contribui para o meio ambiente, mas também gera incremento de produtividade.
Em relação ao parâmetro social, avaliamos a postura da empresa em relação aos personagens envolvidos nos processos da organização (colaboradores, fornecedores, consumidores e comunidade em que opera).
No eixo colaboradores, por exemplo, é observado o empenho da companhia em garantir treinamentos e segurança nas atividades prestadas, além do fortalecimento da cultura no ambiente de trabalho. Já com os consumidores, o cuidado em oferecer serviços e produtos de boa qualidade e adequados às demandas. Ainda nesse aspecto, busca-se também a prática de ações que promovam as comunidades envolvidas nas atividades da empresa, como tal, a realização de eventos beneficentes e a doação para grupos em situação de fragilidade social.
Quando observado o aspecto de governança corporativa, empresas ESG devem adotar medidas que garantem a transparência na prestação de contas, respeito aos códigos de ética e equidade em relação aos seus acionistas, sobretudo minoritários. Organizações com boas práticas de governança proporcionam maior previsibilidade e alinhamento com o investidor.
É consenso também, que as empresas que se enquadram como ESG terão maior facilidade em cumprir os critérios propostos pela ONU na Agenda 2030, que busca contribuir para o alcance dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) estabelecidos pelos 193 países-membros.
Agora que entendemos as características do ESG, podemos confirmar que a crescente busca dos investidores por essas empresas é motivada não somente pelas boas práticas que garantem respeito ao meio ambiente e sociedade, mas também por maior competitividade no longo prazo.
Temos que destacar, que a pandemia aumentou a preocupação das pessoas de forma geral com pautas ligadas a sustentabilidade. Já é percebido pelo mercado a busca por produtos e serviços que tenham impactos positivos no meio ambiente e esse fator também pressiona as empresas a se adequarem como ESG.
Por fim, diante dessa tendência, várias organizações tem restruturado suas estratégias de negócio e marketing, direcionando esforços para atrair essa parcela de mercado preocupada com práticas socioambientais e produção limpa.
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